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EPILEPSIA APÓS O AVC

Qual o risco da convulsão e crises epiléticas após o AVC?

06/05/2021


O que é epilepsia ?

 É uma doença neurológica que se caracteriza por uma pré-disposição permanente do cérebro em gerar crises epiléticas, com consequências neurobiológicas, cognitivas, psicológicas e sociais. Para definir um paciente como portador de epilepsia é necessário que tenha ocorrido pelo menos uma crise epilética. 



EPILEPSIA APÓS O AVC

 Epilepsia que é um dos problemas neurológicos mais comuns mundialmente, afetando anualmente mais de 50 milhões de pessoas, segundo dados da OMS de 2016. 


Infográfico sobre a epilepsia e o AVC
Infográfico sobre a epilepsia e o AVC


O que é crise epilética?

 É a ocorrência transitória de sinais e/ou sintomas decorrentes de descargas elétricas anormais no cérebro.


Convulsão e epilepsia significam a mesma coisa?

 Nem toda crise é igual. As convulsões, como são conhecias as crises tônico-clônicas representam um dos tipos mais comuns de crise epilética; isso não significa que toda a crise epiléptica seja uma convulsão.

 Existem diversas manifestações que também podem ser encontradas nas crises epiléticas:  discreta alteração  de comportamento;  olhar parado; movimentos automáticos - como movimentos mastigatórios por exemplo; caminhada automática.  Algumas pessoas,  durante a crise pode ficar repetindo a mesma coisa, repetindo frases curtas ou a mesma palavra, isso também pode ser uma manifestação de uma crise epilética.


O que são crises generalizadas e crises focais?

As crises generalizadas podem ser desencadeadas em uma determinada região do cérebro, porém em fração de milissegundos elas se propagam rapidamente por todo o cérebro. Já as crises focais são crises que podem ter um início de uma determinada região e tem uma propagação limitada, em uma região mais restrita, pode  ser que exista a locomoção para uma outra região próxima, porém ela não abrange todo o cérebro. 

Diagnóstico de epilepsia após o AVC
Diagnóstico de epilepsia após o AVC



Se tive uma convulsão significa que eu tenho epilepsia?

 Não necessariamente, o diagnóstico de epilepsia é feito após a ocorrência de pelo menos duas crises epilépticas não provocadas ou crises reflexas, no intervalo maior que 24 horas ou risco de recorrência maior que 60% nos próximos dez anos.


Quando as crises epiléticas podem acontecer?

 Chamamos de crises provocadas ou sintomáticas agudas as que ocorrem desde as primeiras horas ou minutos após o AVC, mas as crises podem acontecer semanas, meses, ou até anos após o AVC, denominadas crises não provocadas.

Quando o  indivíduo que sofreu o  AVC apresenta uma crise nos primeiros 7 dias - é  denominada crise precoce após o AVC, que têm baixo risco de recorrência, girando em torno de 30% nos próximos 10 anos.  

 Se este indivíduo tiver essas crises dias, semanas, meses ou até anos após o Acidente Vascular Cerebral.  estamos diante de crise tardia, que apresentam uma grande chance de acontecer novamente, em torno de 70% nos próximos 10 anos, ou seja, um provável quadro de epilepsia.

 Concluímos então que uma  crise isolada não provocada,  tem uma epilepsia estrutural e o risco de apresentar outra crise  é  de 71,5% aproximadamente, ou seja, a pessoa  vai necessitar de tratamento medicamentoso.


Por que as crises de epilepsia acontecem após o AVC?
Por que as crises de epilepsia acontecem após o AVC?



Quais os fatores de risco para epilepsia pós-AVC?

  • O tipo de AVC – Se isquêmico ou hemorrágico. O Acidente Vascular Cerebral hemorrágico apresenta maiores riscos   de uma epilepsia pós-AVC.
  • A localização da lesão - Quanto mais próxima do córtex cerebral (região mais externa do cérebro) maior a chance de crises epilépticas.
  • A gravidade do AVC - Quanto mais graves, maior risco.
  • A idade do paciente - Alguns trabalhos demonstram que os pacientes com idade abaixo de 65 anos,  que evoluem com crises epilépticas após o AVC,  tem maior risco de evoluir com epilepsia.
  • As comorbidades - Se estamos diante de um paciente etilista, com quadro demencial, outras doenças vasculares ou hipertensão , o risco de epilepsia é maior.

 

Como é feito o diagnóstico?

 Com o histórico clínico detalhado, análise da existência de outras patologias de base,  esclarecimento  das características da crise e exames complementares; como eletroencefalograma, tomografia computadorizada ou ressonância magnética do crânio.

 75% dos indivíduos que apresentam epilepsia pós AVC, tendem a ter uma boa resposta ao tratamento medicamentoso.  Como as  interações medicamentosas podem comprometer a eficácia do tratamento e potencializar efeitos adversos das medicações,  é  importante que o médico tenha conhecimento de doenças prévias do paciente e análise dos medicamentos em uso.  O anticoagulante pode interferir com determinados medicamentos antiepiléticos, comprometendo a eficácia do tratamento, como alguns medicamentos  que aumentam a sonolência, resultam em maior risco de quedas.

Epilepsia e AVC - Medicamentos
Epilepsia e AVC - Medicamentos

   

Como ajudar a pessoa que  está tendo uma crise epilética?

  • Zele pela tranquilidade do ambiente e acalme a pessoa que você está ajudando;
  • Permaneça ao lado da pessoa até que ela esteja acordada e consciente.
  • Sempre que possível, marque o tempo de duração da crise  - isso é importante, tanto para relatar ao médico, quanto para saber o momento de chamar no serviço de urgência.
  • Afaste  qualquer objeto perigoso, solte as roupas apertadas ao redor do pescoço
  • Coloque  delicadamente  uma  almofada, casaco ou  travesseiro abaixo da cabeça da pessoa
  • Lateralize a pessoa, para evitar engasgos ou vômitos.
  • Não coloque nada na boca da pessoa, tais como remédio ou líquidos.
  • Não impeça a pessoa de se locomover, a menos que esteja em perigo.


Quando chamar o serviço de emergência?

  • Se a crise durar mais que 5 minutos,
  • Se a crise se repetir,
  • Se houver dificuldade de respirar,
  • Se a crise ocorreu dentro da água,
  • Se a pessoa está ferida, grávida ou doente,
  • Se após a crise a pessoa não retornar ao estado habitual,
  • Se é  a primeira crise epilética.

 

Como ajudar a pessoa com crise epiléptica?
Como ajudar a pessoa com crise epiléptica?

Acesse abaixo, o material usado no vídeo:

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Dra Lucyana Karla - Neurologista
Dra Lucyana Karla - Neurologista